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terça-feira, 2 de setembro de 2014

EDITORIAL: MANIFESTAÇÃO OU BADERNA EM PRESIDENTE TANCREDO NEVES?

Foto: Moisés/PTN News
A grande imprensa “caiu de pau” nos grupos chamados Black Blocs, que foram às ruas do país, quebrar, depredar, atear fogo e causar prejuízos. Eles aproveitavam o ambiente propício, causado pelas manifestações pacíficas daqueles que queriam dizer NÃO à copa, a corrupção e as mazelas que vinham a reboque. O motivo da reprovação às ações dos Black blocs foi os recorrentes crimes de DANO, causados aos patrimônios público e privado. Não distante dos comentários midiáticos, que se reverberaram por toda a nação, nós, os cidadãos “comuns” também reprovamos aquelas ações, embora tenhamos sofrido a tentação de nos pactuarmos com elas, como forma de demonstrarmos a nossa reprovação aos políticos e à situação de crise moral pela qual passa o país.

A reprovação às ações daquele grupo encontra sustentação na confusão feita por eles, ao romperem a barreira que separa o direito pessoal e o do outro. Todos tem o direito de se reunir pacificamente, conforme a Constituição Federal, mas ninguém tem o direito de impedir que o outro também goze do seu direito, nesse caso, de livre locomoção, que também é assegurado no Artigo das causas pétreas da Carta Magna. Refiro-me ao quarto episódio do fechamento do trecho da BR 101, que corta o município de Presidente Tancredo Neves, na manhã desta terça-feira, 02 de setembro.

Uma minoria de pessoas fechou pela quarta vez a via, impondo aos usuários um desgaste mental e físico enorme. O agravante é que a BR 101 é a maior rodovia do país, por onde passa tudo e todos, desde produtos alimentícios à estudantes e pessoas doentes, a procura de serviços médicos em outros centros de saúde. A impressão que tenho é que no Brasil algumas coisas caminham na direção oposta do que acontece na maioria dos países.

Aqui, a vontade da minoria se impõe sobre a da maioria, como vimos no caso da criação da lei da homofobia, criada para tutelar a VONTADE de um grupo diminuto, em detrimento do DIREITO da massa. Mas essa é outra discussão.

No caso em tela, algumas dezenas de pessoas impõem unilateralmente os seus caprichos, aos milhares que tentam utilizar a BR para trabalhar, estudar ou mesmo passear. Tenho a curiosidade de saber se esses que hora fecham a BR, já estiveram do outro lado para sentir o desprazer de ter tolhido o direito mais básico do cidadão, o de IR e VIR.

Outro fato que deve se destacar, e que parece ser um dos propulsores da reincidência irresponsável desse grupo, é a impunidade. Eles decidem quando querem e como querem fechar a passagem dos outro e pronto. Vão e executam sem qualquer incômodo. Eles planejam, ajuntam pneus e pedras e chegam a avisar a ação. Até quando o princípio da inércia impedirá a justiça de punir os responsáveis por tantos prejuízos a pessoas que não tem nada a ver com os seus motivos?

A alegação é mais uma vez, a instalação de outro radar, agora em ponto diferente. Volto a perguntar: Existe apenas essa maneira de reivindicar, fechando a BR? Será que não há uma forma mais civilizada de solicitar um serviço, sem causar prejuízos aos outros? Outra pergunta que se faz: Será que a instalação de um radar, resolverá o problema da falta de educação no trânsito, visto que essa parece ser a maior causa dos acidentes naquela cidade? Ele impedirá que menores dirijam, que os jovens usem bebida alcoólica e depois vá para trás de um volante? Ele impedirá que pessoas não habilitadas dirijam?...

Talvez não fosse tão difícil como se imagina, conseguir a instalação de um radar a partir de um pedido formal, até porque a sua instalação irá gerar receita para o Estado e para a empresa gestora do equipamento. Por isso é questionável esse MODUS OPERANDI dessa turma, sem antes tentar outra maneira de requerer o serviço.

A revolta continua e o pequeno grupo de uns 40 talvez, exige a presença de um representante do DNIT. Como estamos em período eleitoral, é provável que se consiga o contato com alguém que possa arrefecer o ímpeto de protestar dessa turma. Caso não venha ninguém que possa resolver logo o problema, resta ao cidadão usuário da via esperar a noite cair, o cansaço “bater” e os manifestantes se dispensarem.

O prognostico que se pode fazer disso tudo é que os manifestantes perceberam a facilidade de bloquear a via; perceberam também que podem fazer e, escondidos no anonimato do grupo, não serem punidos. O que se pode concluir é que qualquer coisa que eles quiserem reivindicar, eles voltarão a fechar a rodovia e causar ainda mais prejuízos do que já causaram até aqui.

Por: Maurício Nunes Guimarães

1 comentários:

Anônimo disse...

Monte de baderneiros, atrapalhando a vida das pessoas. Estou com muita raiva desses vândalos. Sofrir hoje com esse vandalismo. Muito ódio.

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